O texto abaixo é de autoria de Irene Dóris e foi publicado inicialmente no blog http://www.irenedoris.blogspot.com.br/
Neste último final de semana, feriado nacional, resolvi
viajar por dois motivos, primeiro para me reunir com o Fórum de Cultura da
Bahia em seu VIII encontro realizado no território do Sisal, na cidade de
Tucano. Depois para me divertir um pouco, ver gente diferente, conhecer novas
práticas culturais e discutir sobre cultura na Bahia e no Brasil, por que não?
Antes de mais nada quero aqui deixar meus agradecimentos as duas pessoas que me
proporcionaram transportar a cultura da nossa região para intercambiar com os
fazeres culturais do sertão baiano. Quem são? cthan cthan! Jucélia Nascimento e
Fernando Brito. Esses dois prefeitos foram os parceiros que possibilitaram a
amostragem de nossa cultura em outro território. Valeu Fernando e Jucélia!
Bem pessoas, esse nosso encontro de cultura foi realizado
pelo Fórum, entidade da sociedade civil que tem como premissa fiscalizar propor
e discutir a cultura da Bahia a partir da sua formulação pelo poder público e
pelos fazedores genuínos da cultura em todos os seus territórios. Discutimos
nessa oportunidade as políticas públicas para cultura baseadas na conjuntura
atual. Isso quer dizer que, de nada adianta os poderes públicos federal,
estadual e municipal criarem leis e sistemas de cultura em forma de redes
integradas, se não houver uma preocupação com a formação daqueles que fazem de
fato a cultura e que precisa do apoio financeiro do Estado, do Município e da
federação para realizar seus projetos. (Essa forma de interação nada mais é que
o sistema nacional de cultura)
O Fórum de Cultura quer colaborar com a politização dos
agentes culturais, aqueles que fazem a culturas nos lugares mais distantes do
Estado e que não sabem ainda como alcançar as oportunidades lançadas através de
editais e ou captar recursos para realização dos seus projetos, por menores que
eles sejam. Explicando melhor: para que
a cultura dos municípios e do estado ande como manda a lei, é preciso se
realizar algumas etapas, como: criar a secretaria de cultura no município, o
Conselho Municipal de Cultura e outros seguimentos. O prefeito deve assinar um
termo de adesão com o governo federal através do MinC Ministério da Cultura.
Enfim, está sendo criada no Brasil, uma rede para sistematizar a cultura de
forma a encaixar todo brasileiro produtor de cultura em cada município
cadastrado. A responsabilidade de mostrar esses resultados é do “Sistema
municipal de informações e indicadores culturais”, mas como fazer parte desse
sistema? É preciso cadastrar todas as manifestações culturais existentes no
município, seja ela qual for.
E agora, quem vai fazer isso? O próprio fazedor de cultura?
Não mesmo. A maioria dessas pessoas não sabe fazer, portanto vai precisar de
alguém que faça para ela, e esse alguém pode ser do seu próprio grupo. Com isso
se percebe a grande responsabilidade do Estado no sentido de formar os agentes
culturais para realizarem o cadastramento das culturas em toda sua diversidade,
bem como dos fazedores de cultura para escreverem os seus projetos em busca de
parcerias financeiras que garantam a mostra dos seus fazeres de forma digna e
sem ter que rastejar nos pés de prefeitos e ou secretários para
disponibilizarem aquilo que acham que poder “dar”.
O Fórum de Cultura da Bahia se reuniu em Tucano com o
propósito de discutir com o povo do sertão a nova forma de fazer cultura no
Brasil. Para prestar esclarecimentos e instruções acerca do que pode ser feito
na fiscalização e realização de projetos em prol da formação dos fazedores de
cultura da Bahia, compareceram à discussão; o Secretário de Cultura da Bahia,
Albino Rubim, o Diretor de territorialização da cultura, SECULT Sandro Magalhães
e o presidente da ADIMCBA, Adelson Fonseca. As discussões foram muito
proveitosas e o Fórum enquanto entidade solicitou do Secretário de Cultura da
Bahia a criação de programa para a formação dos fazedores de cultura e dos
proponentes de projetos na esfera estadual.
O VIII encontro do Fórum, reuniu pessoas da cultura, desde o
Extremo Sul, até o alto sertão da Bahia. A diversidade cultural foi
encantadora, o aprendizado com a cultura do outro enriqueceu ainda mais todos
os participantes. Saímos do encontro mais fortalecidos e com a certeza de que o
Fórum de Cultura da Bahia é o órgão mais qualificado na sociedade civil para
requere do Poder Público ações que dignifiquem, fortaleçam e qualifiquem os
produtores de cultura para que esta seja reconhecida também como forma de
sustentabilidade da pessoa que a pratica e não apenas como algo de quem não tem
o que fazer.