sábado, 23 de novembro de 2013

VIII Encontro do Fórum de Culturada Bahia

O texto abaixo é de autoria de Irene Dóris e foi publicado inicialmente no blog http://www.irenedoris.blogspot.com.br/

Neste último final de semana, feriado nacional, resolvi viajar por dois motivos, primeiro para me reunir com o Fórum de Cultura da Bahia em seu VIII encontro realizado no território do Sisal, na cidade de Tucano. Depois para me divertir um pouco, ver gente diferente, conhecer novas práticas culturais e discutir sobre cultura na Bahia e no Brasil, por que não? Antes de mais nada quero aqui deixar meus agradecimentos as duas pessoas que me proporcionaram transportar a cultura da nossa região para intercambiar com os fazeres culturais do sertão baiano. Quem são? cthan cthan! Jucélia Nascimento e Fernando Brito. Esses dois prefeitos foram os parceiros que possibilitaram a amostragem de nossa cultura em outro território. Valeu Fernando e Jucélia!

Bem pessoas, esse nosso encontro de cultura foi realizado pelo Fórum, entidade da sociedade civil que tem como premissa fiscalizar propor e discutir a cultura da Bahia a partir da sua formulação pelo poder público e pelos fazedores genuínos da cultura em todos os seus territórios. Discutimos nessa oportunidade as políticas públicas para cultura baseadas na conjuntura atual. Isso quer dizer que, de nada adianta os poderes públicos federal, estadual e municipal criarem leis e sistemas de cultura em forma de redes integradas, se não houver uma preocupação com a formação daqueles que fazem de fato a cultura e que precisa do apoio financeiro do Estado, do Município e da federação para realizar seus projetos. (Essa forma de interação nada mais é que o sistema nacional de cultura)

O Fórum de Cultura quer colaborar com a politização dos agentes culturais, aqueles que fazem a culturas nos lugares mais distantes do Estado e que não sabem ainda como alcançar as oportunidades lançadas através de editais e ou captar recursos para realização dos seus projetos, por menores que eles sejam.  Explicando melhor: para que a cultura dos municípios e do estado ande como manda a lei, é preciso se realizar algumas etapas, como: criar a secretaria de cultura no município, o Conselho Municipal de Cultura e outros seguimentos. O prefeito deve assinar um termo de adesão com o governo federal através do MinC Ministério da Cultura. Enfim, está sendo criada no Brasil, uma rede para sistematizar a cultura de forma a encaixar todo brasileiro produtor de cultura em cada município cadastrado. A responsabilidade de mostrar esses resultados é do “Sistema municipal de informações e indicadores culturais”, mas como fazer parte desse sistema? É preciso cadastrar todas as manifestações culturais existentes no município, seja ela qual for.

E agora, quem vai fazer isso? O próprio fazedor de cultura? Não mesmo. A maioria dessas pessoas não sabe fazer, portanto vai precisar de alguém que faça para ela, e esse alguém pode ser do seu próprio grupo. Com isso se percebe a grande responsabilidade do Estado no sentido de formar os agentes culturais para realizarem o cadastramento das culturas em toda sua diversidade, bem como dos fazedores de cultura para escreverem os seus projetos em busca de parcerias financeiras que garantam a mostra dos seus fazeres de forma digna e sem ter que rastejar nos pés de prefeitos e ou secretários para disponibilizarem aquilo que acham que poder “dar”.

O Fórum de Cultura da Bahia se reuniu em Tucano com o propósito de discutir com o povo do sertão a nova forma de fazer cultura no Brasil. Para prestar esclarecimentos e instruções acerca do que pode ser feito na fiscalização e realização de projetos em prol da formação dos fazedores de cultura da Bahia, compareceram à discussão; o Secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim, o Diretor de territorialização da cultura, SECULT Sandro Magalhães e o presidente da ADIMCBA, Adelson Fonseca. As discussões foram muito proveitosas e o Fórum enquanto entidade solicitou do Secretário de Cultura da Bahia a criação de programa para a formação dos fazedores de cultura e dos proponentes de projetos na esfera estadual.

O VIII encontro do Fórum, reuniu pessoas da cultura, desde o Extremo Sul, até o alto sertão da Bahia. A diversidade cultural foi encantadora, o aprendizado com a cultura do outro enriqueceu ainda mais todos os participantes. Saímos do encontro mais fortalecidos e com a certeza de que o Fórum de Cultura da Bahia é o órgão mais qualificado na sociedade civil para requere do Poder Público ações que dignifiquem, fortaleçam e qualifiquem os produtores de cultura para que esta seja reconhecida também como forma de sustentabilidade da pessoa que a pratica e não apenas como algo de quem não tem o que fazer.


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