quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Quem é Tucano; conheça- o antes do VIII Encontro de Cultura da Bahia

MUNICÍPIO DE TUCANO
CULTURA
Visão Geral

Prezados (as)

Segue abaixo pequeno diagnóstico de nossa cultura. As informações abaixo sintetizam um  mapeamento resultante de minha vivência junto as ações (ainda que incipientes) em nossa cultural.
Espero  ser útil e que, a partir deste possamos complementá-lo com informações que venham a enriquecer ainda mais  tais dados.

O município de Tucano localiza-se no nordeste do Estado da Bahia, totalmente inserido no Polígono das Secas. Segundo a regionalização adotada pelo Governo do Estado, insere-se na Região Económica 006 - Nordeste, de Planejamento 004 - Nordeste, Região Administrativa 012, com sede em Serrinha, Microrregião Homogénea 014, com sede em Euclides da Cunha e na Microrregião do Sertão de Canudos, esta segundo o IBGE. Limita-se com os municípios Quijingue, outrora pertencente ao seu território, ao norte e oeste; Biritinga ao sul; Ribeira do Amparo e Cipó a leste; Araci, também antes integrante de seu território, a oeste; Ribeira do Pombal a nordeste e Nova Soure a sudeste. O município compõe-se administrativamente de 04 distritos, que são a sede de Tucano e as vilas de Caldas do Jorro, Creguenhém e Rua Nova.
Entre os bens naturais de valor cultural e identitário tem-se: o Rio Itapicuru, o Buraco do Vento, a Cachoeira do Inferno, a Serra da Santa Cruz - Marizá e a Serra da Cana Brava, e o Alto do Cruzeiro. Da cultura material, tem-se o artesanato, destacando os de couro; o património arqueológico a ser estudado, especialmente na comunidade de Umburaninha e no distrito de Creguenhém, e "Pedra Escrevida", no Boqueirão. Várias correntes religiosas contam com seguidores em Tucano. O espiritismo se apresenta bastante amplo, contendo as práticas do candomblé, com registro de preconceitos e perseguições contra suas práticas. As comemorações em louvor à padroeira de Tucano, Nossa Senhora Santana, que têm o seu apogeu a 26 de julho,  em louvor a Santo António, a 13 de junho, no Creguenhém, e 29 de junho,   São Pedro no Povoado de  Poço Redondo são as festas religiosas mais tradicionais do município. Festas tradicionais do município, como o Festival do Chope e o carnaval, perderam espaço na sociedade local, enquanto que outros eventos de expressão regional ganharam notoriedade. É também tradicional o gosto tucanense pelo futebol. Jogos entre os vários povoados animam os finais de semana dos pacatos vilarejos em saudáveis entretenimentos esportivos. Porém, o "rito-síntese" da vida social do município ainda é a Feira Livre de Tucano, pois está presente o essencial de sua economia e relações sociais. Nela se realizam as trocas de mercadorias e de informação e presente o essencial da cultura do município, manifesto nas mercadorias e nos próprios modos de convivência das pessoas. Não se pode deixar de registrar as condições de insalubridade a que são submetidas as "fateiras" que trabalham na Feira. O transporte das pessoas vindas dos diversos povoados e comunidades rurais do município para a feira, é feito de forma precária, seja pelo estado de conservação dos veículos ou pela total inadequação desses veículos ao transporte de passageiros. Ou ainda os grupos de pedintes em alguns pontos da feira, consistindo alguns deles em grupos familiares, que frequentam em sequência feiras próximas, dormindo em calçadas próximas à feira de Tucano.
Bens naturais de valor cultural e identitário
•          Águas termais de Caldas do Jorro e Jorrinho
•          Rio Itapicuru
•          Buraco do Vento
•          Cachoeira do Inferno
•          Serra da Santa Cruz – Marizá;
.        Serra dos Olhos D`água;
•          Serra da Cana Brava (Pico do Pai Migué)
•          Alto do Cruzeiro
•          Uma grande variedade de raízes, cascas, sementes e folhas da vegetação nativa da
           caatinga.

Cultura material
Artesanato
O município possui uma rica tradição artesanal na qual se destacam, hoje, os produtos feitos com couro ou material Jorro são:
•          Alpercatas, cintos, selas, rolo, etc, em couro;
•          Carteiras e pochetes;
•          Redes de fibra de crauá;
•          Tapetes, bolsas, cordas etc., em fibra de sisal;
•          Doces caseiros como o da batata doce, de umbu, caju
           etc.
•          Rapadura, tijolo (rapadura com coco);
•     Panelas de barro, potes e aribés.
Vaqueiro com traje típico.
Património Arqueológico
Embora não se tenha encontrado nenhuma informação sobre pesquisas arqueológicas realizadas no município, as evidências da presença de material de interesse arqueológico são muitas, sobretudo no vale do Itapicuru. Antigos moradores das proximidades da comunidade da Umburaninha relatam que, em períodos de plantio, quando ainda se utilizava o arado com tração animal, era comum encontrar-se artefatos em cerâmica aos quais se atribui origem indígena. O mesmo já ocorreu em escavações no distrito do Crenguenhém, nas proximidades do Rio Itapicuru, onde chegou a se encontrar objetos inteiros. Há relatos de objetos e artefatos de origem indígena nas "entranhas" do Buraco do Vento, onde ali teria sido uma aldeia ou uma próspera cidade "composta de pecadores; aí, caiu em cima dela uma grande estrela do céu e acabou com tudo", apregoam os mais antigos. A "Pedra Escrevida", no Boqueirão da Serra dos Olhos D`Água é uma nítida indicação da presença de informações arqueológicas a serem pesquisadas e analisadas por especialistas.

Manifestações religiosas
Várias denominações religiosas contam hoje com seguidores em Tucano. Aquela sociedade tradicionalmente católica ganhou abertura e tem-se, atualmente, além de católicos, batistas, adventistas do sétimo dia, testemunhas de Jeová, evangélicos, presbiterianos, espíritas etc.
O espiritismo se apresenta nessa sociedade como uma categoria ampla, na qual estão contidas também as práticas do "calombré" ou candomblé; o que se pode considerar que ocorra como mecanismo de defesa dos preconceitos e, mesmo, de perseguições que ainda subsistem contra as práticas religiosas dos Terreiros e Casas de Santo.
A musicalidade e os desempenhos cénicos próprios dos cultos afro-brasileiros parecem remeter, para o observador pouco informado, à ideia de festividade profana.
Talvez por isto, estas "festas de Santo", diferentes, em muitos de seus aspectos, do que é correntemente concebido como cerimónia religiosa em padrões dos cultos cristãos, atraem a atenção da própria Polícia local, sejam esses cultos no Alto do Cruzeiro - bairro da sede municipal - ou mesmo na zona rural, a exemplo do Terreiro de Ogum de Ronda, situado entre a comunidade negra da Baixa do Veado (Ovo II) e o Brejo do Arroz. Esta sociedade de culto resiste, com muita luta, a essas perseguições, tendo seus cultos até recentemente impedidos de funcionar após as 23 horas, o que de certo inviabiliza as suas práticas religiosas, tão legítimas quanto as famosas festas de padroeiros católicos do município, como a de Santo António, no Distrito de Creguenhem. São Pedro em  Poço Redondo e a tardiional Festa da padroeira Senhora Santana em 26 de julho, aqui na sede..
Manifestações lúdicas e esportivas
É possível observar-se que, em Tucano, festas tidas como tradicionais do município, como o Festival do Chope e o carnaval, perderam espaço na própria sociedade local, enquanto que outros eventos de expressão regional, como a festa de São João em Caldas do Jorro.  Vaquejada em Ribeira do Pombal, e em outros municípios fronteiriços ganharam notoriedade e atraem um grande público tucanense para seus festejos.
As comemorações em louvor à padroeira de Tucano, Nossa Senhora Santana, que têm o seu apogeu a 26 de julho, em louvor a Santo António, a 13 de junho, no Crenguenhém, e São Pedro em Poço Redondo, são as festas religiosas mais tradicionais do município.
É também tradicional o gosto tucanense pelo futebol. Jogos entre os vários povoados animam os finais de semana dos pacatos vilarejos em saudáveis entretenimentos esportivos. Mas esse esporte também lança o município para além de suas fronteiras em disputa de competições intermunicipais. O título de campeão da Copa do Sisal, conquistado em Março de 2003, estimula a Liga Tucanense de Futebol a investir e se preparar para novos títulos.

Manifestações Folcloricas
O conceito de folclore se fundamenta no conjunto de crenças, lendas, festas, superstições, artes, costumes e tradições de um povo. De origem inglesa, o folclore é uma palavra originada pela junção das palavras folk, que significa povo; e lore, que significa sabedoria.

Folclore significa sabedoria popular. A palavra folclore vem da expressão inglesa folk-lore, que significa "saber do povo". O escritor e colecionador de antiguidades, William John Thoms, criou essa denominação, no século XIX, para identificar e interpretar os costumes e saberes do povo.
As manifestações folclóricas são, na verdade, a forma de pensar, de agir e de sentir de um determinado povo. Essas formas de manifestação cultural são geralmente transmitidas oralmente e através do ato de representar. Com toda sua simplicidade, o folclore apresenta características de todas as regiões de uma Nação. O folclore, como cultura popular, torna-se de fundamental importância, pois somos formados por meio de expressões culturais, costumes e tradições. Podemos citar em Tucano diversas expressões folclóricas, podendo-se destacar: Os contadores de histórias (Lobizomem), Sr. Dão da Rola da Fazenda Beira nas proximidades do Creguenhem, os Reizados, Da Fazenda Maçapé, próximo ao Povoado de Olhos D`água, da Comunidade do Ovó 2, Banda de Pífano – Grupo Sabiá, da Comunidade de Cana Brava, dentre outros.
Feira livre de Tucano
Por se constituir em uma espécie de "rito-síntese" da vida social do município, pois nela estão presentes o essencial de sua economia e de suas relações sociais, a feira de Tucano merece, aqui, um destaque especial.
É na feira que a sociedade do município se encontra e alcança a sua expressão pública mais relevante. Nela se realizam as trocas de mercadorias e, mais que isso, as trocas de informação, as consultas, os contatos, e nela está presente o essencial da cultura do município, manifesto de várias formas: nas próprias mercadorias, sejam elas os alimentos ou outros bens materiais como o artesanato, ou nos próprios modos de convivência das pessoas de diferentes origens e posições.
A feira é ainda o evento básico de intercomunicação de maior abrangência do município. É também na feira que o município ganha expressão social, pois, em seu dia a dia, o município não existe enquanto uma unidade socialmente perceptível; há o Morumbi, o Quererá, a Mandaçaia, o Sem Freio, a Sede etc., cada um com seu modo de ser e suas próprias redes internas de inter-relação social. Assim, se o município tem expressão político-administrativa através do funcionamento do poder público municipal,é sobretudo em sua feira, um evento que congrega e sintetiza semanalmente toda a sua vida sócio-econômica, integrando a sua sede com todo o seu território e sociabilizando aspectos significativos da cultura.

Antônio Ilton Souza Santana
Departamento Municipal de Cultura

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